" Ninguém, a não ser um idiota, escreve a não ser por dinheiro" - Samuel Johnson.
domingo, 16 de outubro de 2011
Seu livro de poesias predileto
O jornal aberto em cima da mesa e o cigarro queimando no cinzeiro.
O café acabou, assim como a sua paciência, e ele passa a mão na cabeça.
Procurar aquilo que não se quer e encontrar aquilo que nunca quis achar
a vida faz de você o que você nunca planejou.
Ninguém sabe ao certo a medida do desespero.
Transborda.
Emprego de merda porque dinheiro é necessário e oportunidade é luxo
otimismo quando se olha para o sol e felicidade de andar na chuva
guarda-chuvas pretos, de bolinhas brancas, coloridas.
Para pra comer e sozinho vê um arco-íris
e isso não muda nada, a não ser a beleza de observar
a beleza de saber que se pode fazer algo mais.
Graduado na faculdade da solidão
fez pós em estudos da realidade
e sempre andou com os pés firmes de quem sabe que não
se pode esperar mais do que a vista vê
e do que os noticiários anunciam.
E mesmo assim ele foi pra rua
vai lutar
é isso que ele sempre esperou
sabe que o mundo
no fundo
está a dois palmos de distância
soube disso quando encontrou
aquele dinheiro esquecido no bolso de trás da calça
que salvou sua semana
e deu alegria
para ele poder comprar
as poesias
completas de Alberto Caeiro;
Sai do sofá, para de ler este poema
vai pra rua
e encontra também
seu livro de poesias
predileto.
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